O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO do CGEE, organização social do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou nesta quarta (16) a criação de uma comissão de apuração para investigar irregularidades em uma eleição realizada em 2018.
Pelos dados do Portal da Transparência, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos recebeu R$ 13,6 milhões do governo federal em 2021, sendo mais de R$ 8,3 millhões do MCTI e outros R$ 5,3 milhões do MEC.
Como já mostramos com exclusividade em A Agência, pelo menos dois documentos mostraram irregularidades nos “eventos da sucessão da Presidência do CGEE, além da eleição do Presidente do Conselho de Administração do CGEE”.
Entre as irregularidades encontradas pelo próprio ministério está a alteração do texto de uma ata de reunião extraordinária do Conselho de Administração, de 2018, para constar a decisão de “conferir um mandato de Presidente, por um ano, para o atual Diretor Executivo, Sr. Marcio de Miranda Santos”. Marcio de Miranda Santos foi o diretor-presidente do CGEE até 28 de fevereiro. Leia mais sobre as irregularidades.
Em julho de 2018, Rogério Cézar de Cerqueira Leite, então representante do ministério no conselho de administração do CGEE, alertou o então ministro Gilberto Kassab sobre irregularidades: “esta eleição seria então uma farsa, um jogo de cartas marcadas, uma ação entre amigos?”.
Kassab não fez nada. Procurado por A Agência, não respondeu às nossas perguntas.
A Agência também apurou que o presidente do conselho de administração, Glaucius Oliva, se afastou temporariamente do cargo até a conclusão das investigações.
No fim de janeiro, o nº 2 do ministro Marcos Pontes, Sergio Freitas de Almeida, pediu “a reserva e o sigilo” a Oliva, em ofício publicado com exclusividade por A Agência.
** Este texto foi corrigido às 11h54 de sexta-feira, 18 de março. Marcio de Miranda Santos foi o diretor-presidente do CGEE até 28 de fevereiro, mas não está mais no cargo.
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