O JOGO DE TABULEIRO Ukrainian Crisis foi criado em março de 2014 pelo designer canadense Brian Train, na esteira da crise da deposição do presidente Viktor Yanukovych e da invasão da Crimeia.
Disponível para download gratuito, o jogo depois ganhou versão comercial, em versão física e digital. (A foto do tabuleiro que ilustra este post é da versão comercial física).
O jogo usa, além do tabuleiro e das peças militares que podem ser impressas, dados comuns de seis faces e um baralho comum.
Imagem: Brian Train/via brtrain
O jogo é para dois jogadores, Rússia e Ucrânia, e dura no máximo oito rodadas. O objetivo é conquistar Pontos de Prestígio.
A Rússia começa o jogo com 32 Pontos de Prestígio, contra 16 da Ucrânia. Porém, apenas o jogador da Ucrânia pode ganhar pontos por meio de alianças diplomáticas com outros países. Já a Rússia pode tentar impedir que outros países apoiem a Ucrânia.
No começo de cada rodada, os jogadores decidem se haverá combate ou não naquela rodada (a decisão não precisa ser a mesma nas rodadas seguintes).
Se houver pelo menos uma rodada de combate, no final do jogo os Pontos de Prestígio de ambos os países são cortados pela metade, e ao placar será somado o valor dos territórios que cada jogador ocupa militarmente sozinho (ou seja, no qual há uma ou mais peças somente do seu país). As regiões em laranja claro, mais próximas a Kiev e mais pró-Ocidente, valem zero pontos: o que a Rússia quer conquistar são as regiões ao leste (e talvez Kiev, que vale 2 pontinhos).
Enquanto o jogador da Ucrânia é totalmente proibido de deslocar forças militares para fora de seu país, o da Rússia tem vários recursos interessantes.
O jogador da Rússia tem acesso a forças irregulares (milícias) que ele pode posicionar em qualquer zona étnica pró-Rússia (em laranja escuro), e forças especiais que pode posicionar até mesmo em Belarus ou Moldova.
Outra coisa interessante do jogo é o uso de portos e aeroportos. Unidades paraquedistas podem se deslocar de uma base aérea para qualquer outra região do mapa. Já unidades regulares podem partir de um porto para qualquer região banhada pelo Mar Negro. A Rússia começa o jogo já controlando o porto de Sevastopol, a maior cidade da Crimeia.
A cada rodada, os jogadores disputam em três campos: Militar, Diplomático e Informação. Cada jogador escolhe secretamente três cartas e coloca uma em cada campo, e elas são reveladas ao mesmo tempo. Como o baralho de cada jogador é idêntico, os jogadores podem escolher usar primeiro as cartas que valem mais pontos, aumentando as chances de vencer disputas naquele campo e consolidando vitórias, ou então economizar as cartas mais fortes para o fim do jogo.
Além de tudo isso, uma parte do baralho é separada para a pilha de eventos – notícias que podem ou não afetar o jogo, como o “sorte ou revés” do Banco Imobiliário.
Um dos eventos é o seguinte: “Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA envia selfie com mensagem de apoio à Ucrânia no Twitter“. Não tem nenhum efeito no jogo.
Há também eventos como “Sanções Econômicas”, “Manifestantes Pagos” e “Crise do Estado Islâmico” – neste último caso, nessa rodada o jogador da Ucrânia não recebe os Pontos de Prestígio decorrentes de alianças com Estados Unidos, Reino Unido e França.
