O PETRÓLEO RUSSO SOFREU três gols nesta terça-feira (8). Se fosse um só jogador, o Ocidente poderia pedir música no Fantástico.
Primeiro, a Shell anunciou sua intenção de retirar seu envolvimento de todos os hidrocarbonetos da Rússia, incluindo óleo cru, produtos de petróleo, gás e GLP.
“Como um primeiro passo imediato, a empresa interromperá todas as compras à vista de petróleo bruto russo”, diz o comunicado da empresa.
A Shell também vai fechar todos os postos de combustível e operações na Rússia.
Na sexta passada (4), a Shell comprou 100 000 toneladas de petróleo russo com um belo desconto, pagando US$ 28,50 por barril – hoje cotado a mais de US$ 120.
No comunicado de hoje, o CEO da Shell, Ben van Beurden, diz que a decisão “não foi correta e pedimos desculpas”.
Segundo, a Comissão Europeia anunciou hoje um plano para tornar o bloco independente da energia russa até 2030. O plano inclui a compra de energia de fornecedores não-russos, possivelmente o Catar e os Estados Unidos, entre outros.
O governo do Reino Unido também pegou o bonde e anunciou a suspensão gradual da importação de petróleo russo.
Terceiro, Joe Biden anunciou – e já assinou – uma ordem executiva proibindo a importação de petróleo, carvão e GLP da Rússia.
Em 2021, cerca de 9% do petróleo importado pelos EUA veio da Rússia, segundo dados da Agência Internacional de Energia. Nos países europeus da OCDE, a média é de 39%.
Num esforço de a situação parecer menos feia para ele, Putin assinou um decreto vago proibindo a exportação de certas matérias-primas até 31 de dezembro. Ou seja: depois que os clientes se proibiram de comprar, ele quer proibir a venda, no estilo “não queria mesmo”. Talvez esteja mais para Chaves do que para o Fantástico.
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