COMO A CANDIDATURA DE MORO NÃO DECOLA nas pesquisas, mesmo torcedores dele já admitem que o ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro pode se candidatar a deputado federal.
Há até mesmo quem tenha escrito que Moro poderia ser eleito presidente da Câmara (!), uma impossibilidade total e completa.
É também improvável que um candidato pelo Paraná, o 5º estado mais populoso, torne-se o deputado mais votado do país. Nas últimas três eleições esse posto foi sempre de São Paulo: Tiririca (2010), Celso Russomanno (2014) e Eduardo Bolsonaro (2018).
Moro não tem nenhum futuro no Congresso, seja na Câmara ou no Senado.
Como é detestado por muitos políticos importantes, não vai conseguir nenhum papel de destaque.
Vocês imaginam Moro tendo o aval dos pares para presidir uma comissão importante, como a CCJ?
Moro também não será escolhido, nem em um governo Lula nem em um eventual segundo mandato de Bolsonaro, para relatar um projeto importante, como uma reforma – porque obviamente o Planalto e os líderes desses governos não confiam em Moro e não vão entregar nenhum trabalho para ele.
Como se não bastasse ser detestado por vários políticos, Moro está em um partido pequeno, o Podemos, de Alvaro Dias.
Confira a lista da atual composição das comissões permanentes da Câmara. Quantas são presididas por um deputado do Podemos?
Apenas uma: a Comissão de Turismo, chefiada pelo deputado Bacelar (Podemos-BA).
Outro deputado do Podemos, Igor Timo (MG), é 2º vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, a CIDOSO.
No Senado, onde o Podemos tem 9 parlamentares – um nono da casa – o cenário não é muito melhor.
Quem preside a Comissão de Assuntos Econômicos? Otto Alencar (PSD-BA).
A CCJ? Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado.
A Comissão de Meio Ambiente? Jaques Wagner (PT-BA).
A Comissão de Educação? Marcelo Castro (MDB-PI), integrante do ‘Clube VIP’ de Davi Alcolumbre.
A de Segurança Pública? Omar Aziz (PSD-AM), o ex-presidente da CPI da Pandemia.
Um senador do Podemos, é verdade, foi escolhido para relatar um projeto importantíssimo para o governo. Marcos do Val (Podemos-ES) é o relator do projeto que facilita o acesso a armas de fogo. O texto já foi aprovado na Câmara mas foi recentemente modificado pelo senador.
Mas um futuro governo Lula ou Bolsonaro indicaria Sergio Moro para relatar um projeto assim?
Não, Moro não tem o menor futuro no Congresso.
Leia mais: Senado aprova sessão para comemorar Dia Mundial da Ufologia