Ex-chefe da diplomacia de Trump reivindica crédito por acabar com Mais Médicos no Brasil

Foto: Marcos Corrêa/PR

MIKE POMPEO, que foi secretário de Estado durante a maior parte do governo Trump, reivindica crédito por acabar com o Mais Médicos no Brasil em seu livro Never Give an Inch, lançado no começo do ano.

Pompeo começou a chefiar a diplomacia dos EUA em abril de 2018, quando no Brasil o presidente ainda era Temer. Ele compareceu à posse de Bolsonaro no começo de 2019.

“Também atacamos uma das jogadas favoritas de Cuba por influência e dinheiro – um programa de exportação de médicos cubanos para países do região”, escreve Pompeo no livro.

“Longe de executar um tipo de programa de missão médica de boa vontade, Havana obriga médicos cubanos a trabalhar no exterior e depois confisca até 90% de seus miseráveis salários. Resolvemos tentar esmagar esse esquema e conseguimos que Brasil e Equador expulsassem milhares de médicos entre os dois”.

Pompeo não pode reivindicar todo o crédito. Em 2018, ainda candidato, Bolsonaro prometeu usar o Revalida para “expulsar” os cubanos do Brasil.

Pouco depois de Bolsonaro ser eleito, a ditadura cubana anunciou que deixaria o Mais Médicos. Bolsonaro nem tinha tomado posse.

Em junho de 2020 Pompeo exigiu que a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) explicasse seu papel no envio de médicos cubanos ao Brasil.

Pompeo também conta no livro que passou “várias horas” com o húngaro Viktor Orbán quando os dois compareceram à posse de Bolsonaro.

Ele também chama Ernesto Aráujo de “escritor e pensador brilhante”.

Pompeo é um golpista. Após Trump ser derrotado no fim de 2020, ele prometeu uma “transição suave para um segundo governo Trump”.

 

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