O DIRETOR-PRESIDENTE DA ANVISA, Antonio Barra Torres, disse nesta quarta (16) que as ‘fake news’ sobre vacinas estão cobrando seu preço.
“Tudo o que se constrói de terrorismo, de ‘fake news’ em cima dessa questão está cobrando um preço. Está cobrando um preço. A conta está chegando”, disse Torres à Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Torres citou dados do CDC, do governo dos Estados Unidos, que mostram que o risco de miocardite é bem maior em quem teve Covid.
“Eu queria só, senador – desculpe –, concluir o que eu falei da miocardite. Isso aqui é um levantamento do CDC, dos Estados Unidos, que coloca que há 16 vezes mais risco de miocardite em pacientes com Covid-19 do que em pacientes vacinados. O que se está dizendo? “Não, não, a vacinação leva à miocardite, vai matar crianças por miocardite.” Em cem mil pacientes com Covid-19, ocorreram 150 casos de miocardite. Em cem mil pacientes com Covid-19 submetidos à vacina, nove casos. Então, é gritante a diferença. A miocardite é muito mais presente na própria Covid-19. Entretanto, esse dado não é veiculado, não é falado, e coloca-se a miocardite como grande problema de quem é submetido à vacina. Nas sequências de crianças vacinadas nos Estados Unidos da América, dez tiveram eventos adversos mais graves, que precisaram de acompanhamento médico. Dessas dez, duas tiveram que permanecer em observação em hospital, portadores de miocardite; permaneceram, tiveram alta e estão muito bem, obrigado. Esses são os números”, disse Torres.
Na verdade, o estudo do CDC de fato recomenda a vacinação, mas não comparou a prevalência de miocardite entre vacinados e não-vacinados, e sim entre quem teve Covid-19 e quem não teve.
O chefe da Anvisa também criticou a caracterização da variante Ômicron como “branda”.
“É branda? Por que no dia 15 [ontem] morreram 854 pessoas? Se essa é a variante mais (sic) prevalente no Brasil hoje. É a Ômicron”.
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