O ITAMARATY NÃO PRODUZIU NENHUM dos 23 documentos que embasaram o decreto de criação do Escritório do Ministério da Economia na Embaixada do Brasil em Washington.
A informação pode ser verificada no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) – este processo é de acesso público.
A primeira nota técnica com a proposta é de 25 de novembro. Foi assinada por Carlos Alexandre da Costa, secretário Especial de Produtividade do Ministério da Economia.
“Investidores estrangeiros ainda possuem escasso conhecimento sobre as transformações institucionais que têm sido implementadas em nosso ambiente de negócios. Há um enorme espaço para melhorar nossa imagem econômica com base em fatos reais, ao divulgarmos, entre decisores e influenciadores estratégicos, este novo Brasil, mais livre, empreendedor, moderno e com melhor ambiente de negócios”, escreveu Costa, logo no começo do texto.
Ao que parece, em sua avaliação, o Itamaraty não tem dado conta do recado.
“[E]stabelecer um escritório de representação do Ministério da Economia no país pode contribuir com o fortalecimento dos laços comerciais já instituídos e ampliar a alavancagem de investimentos com a propagação das melhorias institucionais, regulatórias e burocráticas que vêm sendo realizadas no Brasil, tornando-o um dos principais destinos de investimento americano”, acrescentou o secretário.
“Wachington (sic), DC, seria a cidade ideal, pela concentração de Think Tanks, interlocutores públicos e o alinhamento com a Embaixada do Brasil, que já possui programas e planos para estreitar relações com representantes do Executivo e Legislativo do país, além de Organismos Internacionais. Além disso, Washington fica próxima o suficiente de Nova Iorque e Miami para eventos e reuniões de um dia, além de ter logística excelente para eventos na Costa Oeste e Europa (onde estão os maiores investidores, logo após os EUA)”.
Todos os documentos do processo que levou à publicação do decreto foram produzidos e assinados por funcionários da Economia.
A minuta (rascunho) do decreto circulou no Itamaraty e foi assinada pelo ministro Carlos França, mas não há pareceres dos diplomatas a respeito de como será o trabalho ou como os novos colegas vão se integrar à equipe da embaixada.
A missão do Brasil em Washington já tem pelo menos seis cargos dedicados a assuntos econômicos, além do conselheiro ao diretor-executivo que ocupa a cadeira do Brasil no Banco Mundial.
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