OS ‘ANITTERS’, QUEM DIRIA, compareceram mesmo às urnas no 1º turno em vez de passarem o domingo todo no TikTok.
Dados do TSE divulgados no começo desta semana mostram que os eleitores de 16 e 17 anos tiveram proporcionalmente comparecimento semelhante ao de 2018.
Com uma grande diferença – neste ano, foram quase 590 mil eleitores a mais nessa idade, um aumento de mais de 50%.
Em 2018 votaram 1.164.290 eleitores de 16-17 anos.
Este ano foram 1.753.403.
O número de 1,7 milhão é equivalente a 28% da diferença entre Lula e Bolsonaro no 1º turno, que foi de 6,1 milhões de votos.
Obviamente nem todos os mais jovens votaram em Lula, mas a grande maioria sim.
No Datafolha publicado em 1º de outubro, véspera do 1º turno, Lula vencia Bolsonaro por 49% a 27% na faixa dos 16-24 anos, de longe a melhor faixa etária para Lula, com 22 pontos de vantagem.
Entre os maiores de 60 anos, Lula marcava 43% contra 30% de Bolsonaro, vantagem de apenas 13 pontos.
A pior faixa para Lula é a de 25-34 anos, na qual ele marcava apenas 5 pontos de vantagem.
Ainda em março, escrevi na revista Americas Quarterly sobre como a eleição deste ano é também um conflito de gerações.
Naquele mês o TSE realizou a Semana do Jovem Eleitor, campanha para estimular jovens a tirar o título.
Celebridades como Anitta, Mark Rufallo, Lázaro Ramos, Taís Araújo, Bruna Linzmeyer, Larissa Manoela e a banda Natiruts aderiram oficial ou extraoficialmente à campanha.
A campanha foi um sucesso e o TSE comemorou o ingresso recorde de jovens eleitores: mais de 2 milhões, incluindo os de 16 a 18 anos.
A dúvida era: a moçada do TikTok tirou o título, mas vai mesmo sair de casa no domingo?
Os jovens compareceram ao ROLÊ da eleição e de fato votaram.
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