UM NÚMERO CRESCENTE DE ANALISTAS aposta que Putin vai perder a guerra na Ucrânia, que completa três semanas nesta quinta (17).
Mick Ryan, general da reserva da Austrália, escreveu nesta segunda (14) que a Rússia está prestes a atingir o ponto culminante do ataque – na doutrina de Clausewitz, o momento em que a força atacante não consegue mais avançar.
No começo do mês, os pesquisadores Liana Fix e Michael Kimmage argumentaram em artigo na revista Foreign Affairs que há várias maneiras de Putin perder a guerra.
Por exemplo, Putin perder o apoio das elites e do povo russo. E na história da Rússia, autocratas não podem perder uma guerra e permanecerem no poder.
Esse artigo foi publicado em 4 de março, pouco depois a de a invasão completar uma semana. Os autores escreveram que era improvável que a Rússia perdesse a guerra “no campo de batalha”, mas mesmo isso já não parece tão claro.
De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, 498 soldados russsos morreram na “operação militar especial”. Esse número foi atualizado pela última vez em 2 de março.
A situação, portanto, é muito pior para a Rússia do que o Kremlin quer admitir. A inteligência americana estima que pelo menos 7 000 soldados russos já morreram, mais do que todos os soldados americanos mortos no Iraque e Afeganistão juntos.
Segundo o governo da Ucrânia, quatro generais russos já foram mortos em três semanas de combate.
O analista Ian Bremmer, do Eurasia Group, disse à CNN que Putin vai sair da guerra em uma posição pior do que antes.
“Infelizmente, em praticamente qualquer cenário que olhamos, Putin vai terminar em uma posição materialmemte pior, tanto em termos de seu ambiente político doméstico, certamente em termos da economia da Rússia, e talvez o mais importante para Putin – se você olhar para o ambiente de segurança europeu, que é ostensivamente a razão pela qual ele invadiu a Ucrânia, vai estar muito pior do que antes de ele ter invadido”, disse Bremmer.
O repórter Dan Lamothe, do Washington Post, tem publicado resumos de coletivas de imprensa em off com autoridades do Pentágono
Na publicação de hoje, quinta-feira, o Pentágono avalia que em grande parte os avanços da Rússia permanecem parados, exceto pela conquista da cidade de Izyum, no leste da Ucrânia e a cerca de 120 km da capital do estado, Kharkiv.
Já no começo desta semana os russos já tinham comprometido ao combate 100% das forças reunidas antes da invasão.
O principal ponto fraco da Rússia é a logística. Em diferentes locais, as forças russas estão sem munição e/ou sem combustível, permitindo até a fazendeiros ucranianos capturarem tanques russos.
Antes da invasão, parecia claro que não havia solução militar para o conflito, por causa das demandas de Putin, que eram inaceitáveis para a Ucrânia.
Agora parece que essa frase, não há solução militar, também vale para a Rússia.
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