O Escola Sem Partido erra ao estimular perseguições em sala de aula

O clima já não era dos melhores. Mas desandaria de vez no que Ron Jones delegou aos próprios alunos poder de fiscalização da conduta dos colegas. O experimento fascista realizado na Califórnia de 1967 seria abortado ao término da semana, virando filme para TV em 1981, para o cinema em 2008 e documentário em 2011. E se tornaria exemplo de prática a ser evitada.

Qualquer leitura do Escola Sem Partido rende a sensação de que se trata de uma idéia inócua. O objetivo é meramente colar cartazes com o que seriam os direitos do estudante, e um número telefônico para que o aluno seja ouvido. O que vem depois? É uma incógnita.

Mas a Terceira Onda oferece pistas. A tal ouvidoria há de transformar estudantes nos fiscais dos próprios professores. E não há motivos para crer que o clima não azedaria.

É importante ouvir os estudantes. Ao mesmo tempo em que é importante não alimentar qualquer tipo de perseguição em sala de aula. Há como fazer isso por intermédio de profissionais que ficarão atentos mesmo aos menores detalhes.

A educação brasileira tem muitos problemas e a exploração política dela é apenas mais um a ser resolvido. O Escola Sem Partido tenta resolvê-lo deixando enormes brechas para que um equívoco potencialmente maior ganhe corpo. Talvez por ingenuidade, brinca com uma substância bastante inflamável. E tudo isso sem oferecer qualquer rota de fuga.

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