Jair Bolsonaro pôs em dúvida até a votação que fez dele presidente

Foto: Tânia Regô / Agência Brasil

“Não é porque nós ganhamos agora que devemos confiar nesse processo de votação.”

Foto: Tânia Regô / Agência Brasil

Mesmo com o resultado do primeiro turno apelidado de “tsunami eleitoral”, Jair Bolsonaro ligou a webcam para dizer que havia sido garfado pelas urnas eletrônicas. Afinal, passara os anos anteriores alegando que os aparelhos seriam fraudados pela Justiça Eleitoral. E achou estranho ter que enfrentar um segundo turno mesmo sem qualquer pesquisa séria garantindo-lhe vitória já no início de outubro de 2018.

Com a conquista referendada ao final do mês, o silêncio sobre o tema imperou. Ao menos até o início de dezembro, quando o presidente eleito achou por bem – e por mais bizarro que isso soe – voltar a atacar a votação da qual saíra vitorioso – (!)

Sempre trabalhando o PT como o espantalho a ser evitado, prometeu à Cúpula Conservadora das Américas tentar alterar o sistema de votação. Porque, segundo crê, deveria ter somado mais votos do que os 57,8 milhões apurados pelo TSE.

“A desconfiança da possibilidade de fraude é uma coisa na cabeça de muita gente aqui no Brasil. Não é porque nós ganhamos agora que devemos confiar nesse processo de votação. Queremos é aperfeiçoar. Na verdade, nós temos sempre que nos aperfeiçoar porque eles não dormem no ponto. Eles não perdem por esperar para mudar o destino do nosso Brasil”.

Bolsonaro proporá alteração na sistema de votação eleitoral

Bolsonaro tornou-se presidente, por exemplo, com uma folga muito maior que a da reeleição de Dilma Rousseff. É estranho que se dedique a questionar um resultado tão positivo. Denota, assim, que não confia no sistema mesmo quando este sistema dá provas robustas de confiança.

Isso, claro, demanda cautela. Porque se trata de uma pessoa que, mesmo em período eleitoral, tratava como democrático o intervalo em que o Brasil esteve aos cuidados de ditadores militares.

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