As pessoas sérias precisam descer do salto e estudar o globalismo a sério

Pernalonga de Batom

Com a escolha de Ernesto Araújo para Chancelaria do governo Bolsonaro, entrou em campo uma “força-tarefa” disposta renegar o “globalismo” como problema a ser enfrentado. Mas seria muito menos desgastante encará-lo com a seriedade pedida por um tema que seguidamente elege presidentes no Ocidente. Isso, claro, passa por ignorar a histeria que entende no termo um conspiração em benefício de um governo mundial financiado por George Soros. Até porque a questão é muito mais simples, ainda que preocupante.

Há demandas locais e há consensos internacionais. Eles constantemente entram em choque. No que o gestor tenta respeitar a orientação externa, entendida por este como uma “ordem de cima”, uma liderança “lá de baixo” promete desrespeitá-la. E vence a eleição seguinte contra todos os prognósticos.

Entretanto, é complicado apontar quem tem razão.

As orientações externas costumam ser embasadas por algum estudo científico. Mas esses estudos podem ser falhos, podem ignorar nuances das realidades locais ou ainda dialogarem mal com o próprio público alvo.

No geral, o líder da oposição não tem o mesmo conhecimento. Todavia, costuma estar mais próximo dos afetados, priorizando os anseios destes. E democracia  é respeitar a vontade do eleitor, não é mesmo?

Goste-se ou não da expressão “globalismo”, ela comporta um conflito real: como conciliar agendas internacionais com demandas locais?

Um primeiro passo talvez seja colocar as duas numa mesma mesa e iniciar uma conversa. Mas nada disso será possível enquanto ambos os lados não reconhecerem que há um problema a ser resolvido. Contudo, apenas um tem reconhecido. Não por coincidência, o que tem vencido eleições.

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