O PRESIDENTE JAIR BOLSONARO desautorizou o próprio cargo e a própria eleição na manhã desta quinta-feira (7). Em discurso na cerimônia de aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio, declarou o seguinte:
“A missão será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhante à nossa, daqueles que amam a democracia. E isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Força Armada assim o quer”.
Está correto dizer que as Forças Armadas são de importância fundamental para proteger a democracia e a liberdade. Mas essa é a sua missão, não o seu desejo. A democracia não existe por um capricho das Forças Armadas, mas porque essa é a vontade do povo brasileiro e assim exigem a nossa Constituição e as nossas leis.
No papel de comandante-em-chefe das Forças Armadas, Bolsonaro acaba de dizer que pode ser derrubado a qualquer momento por seus subordinados. É uma declaração que deveria fazer arrepiar a militância que, aos comandos do General Olavo, vive atacando o vice-presidente Hamilton Mourão. O Presidente da República, que durante o Carnaval vestiu a fantasia de twitteiro-em-chefe, desautorizou a si próprio.