Empiricus entrevistou Schvartsman em 2017 – sem falar de barragens

Felipe Miranda da Empiricus com o então presidente da Vale: 'cisne negro' para acionistas. Foto: Reprodução/Empiricus

Felipe Miranda da Empiricus com o então presidente da Vale: ‘cisne negro’ para acionistas.

Foto: Reprodução/Empiricus

FELIPE MIRANDA, sócio-fundador e estrategista-chefe da Empiricus, entrevistou o então presidente da Vale, Fabio Schvartsman, em 2017. A conversa foi publicada em 30 de julho daquele ano – “um momento muito especial da companhia”, conforme Miranda diz no começo do vídeo. Schvartsman tomara posse poucos meses antes.

“Um dos melhores CEOs do Brasil (…) Acho que todos os acionistas da Vale deveriam também, de alguma instância, se sentirem honrados de ter uma pessoa dessa qualidade tocando a companhia”, diz o chefe da Empiricus. Por volta dos 11 minutos de entrevista, ele reafirma sua fé no executivo: “não tenho dúvida de que aqui, com esse homem à frente da coisa, a alocação de capital da Vale melhora fortemente”.

A entrevista da Empiricus se concentra na conversão de ações preferenciais da Vale em ordinárias. Nada é dito a respeito de riscos às operações. As preocupações se restringem a elementos como o fato de o preço do minério de ferro ser pautado pelo mercado internacional.

Com o desastre em Brumadinho, as ações ordinárias VALE3 despencaram quase 25% em um único dia – de R$ 56,05 para R$ 42,78. Até hoje não se recuperaram do baque. Fecharam a sexta-feira véspera de Carnaval a R$ 46,74. Com um agravante: o pagamento de dividendos, grande prioridade da gestão Schvartsman, está suspenso desde 28 de janeiro.

Tem mais. Schvartsman, “a pessoa de qualidade” segundo Felipe Miranda, pediu neste sábado (2) ao conselho de administração da Vale o seu próprio afastamento. “Temporário”, segundo diz a carta.

Um verdadeiro ‘cisne negro’ para os leitores da Empiricus. (abaixo, o vídeo original).

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