O VICE-PRESIDENTE HAMILTON MOURÃO quebrou o silêncio do Palácio do Planalto sobre o vídeo pró-golpe de 64 enviado a jornalistas neste domingo (31) em canal oficial da Presidência no WhatsApp.
Na noite de domingo, a Secretaria de Imprensa disse não saber quem produziu o vídeo. Ele também foi postado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Twitter.
Nesta segunda-feira (1º), Mourão declarou: “Decisão do Presidente. Foi divulgado pelo Planalto, é decisão dele”, e também que não havia assistido ao vídeo. Depois dessa entrevista, o Planalto reiterou que “não irá se manifestar sobre o assunto”.
Vejam só: o Planalto admite que um vídeo foi compartilhado por um de seus canais oficiais, mas não informa a autoria ou o processo decisório que levou à sua publicação.
No vídeo, inicialmente em preto-e-branco, o ator e o fundo começam a ganhar cores quando ele declara: “o Brasil lembrou que possuía um Exército nacional, e apelou a ele. Foi só aí que a escuridão, graças a Deus, foi passando, passando, e fez-se a luz”. E fala duas vezes: “O Exército nos salvou”. Depois: “E tudo isso aconteceu num dia como o de hoje. Um 31 de março”.
O repórter Gustavo Maia, de O Globo, conseguiu identificar e conversar com o ator que aparece no vídeo: chama-se Paulo Amaral e já gravou vários comerciais. Ele não quis revelar quem o teria contratado nem quanto teria recebido pelo serviço.
A procedência do vídeo permanece uma incógnita.
Como não poderia deixar de ser, tudo armado: como o presidente Jair Bolsonaro estava em viagem a Israel quando o vídeo foi divulgado, pode, se for apertado, atribuir a responsabilidade de volta a Mourão.