O Mais Médicos ainda tinha 1.533 vagas livres quando Cuba decidiu sair

Foto: Peter H / Pixabay
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Há médicos brasileiros suficientes para reposição? Em tese sim, mas a reposição levaria tempo. Hoje, há 1.533 vagas não preenchidas entre as 18 mil disponíveis. Os últimos três editais abertos no programa tiveram vagas preenchidas apenas com brasileiros. Ainda assim, a saída dos cubanos deixaria um buraco de 8.000 profissionais, e boa parte da vaga está em locais mais pobres e com menos estrutura, onde os médicos brasileiros nem sempre querem ir. Seria preciso, portanto, criar novos incentivos para atrair profissionais a essas localidades. Mauro Junqueira, presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), acredita que é possível suprir as baixas, mas isso não acontecerá de forma imediata.

Entenda como funciona o Mais Médicos e por que Cuba decidiu deixar o programa

O trecho delineia o problema que o governo Bolsonaro ainda em transição evita enxergar. Antes mesmo de os médicos cubanos se ausentarem, o programa tinha mais de 1.500 vagas abertas. Como acreditar que, do nada, aparecerá 9.5 mil médicos brasileiros interessados em deixar a proximidade com a família para atuarem nas praças mais distantes?

Só pelo amor à pátria que o presidente eleito tanto cantou. Logo de cara, o “Brasil acima de todos” há de ser posto à prova. E a lembrança dos médicos que foram ativos na campanha vitoriosa ainda estará bem viva.

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