SEM MEDO DE ERRAR, é possível cravar que Fernando Haddad será o candidato do PT em 2018, inscrito inicialmente como vice de Lula. O teste de fogo será feito em coisa de duas semanas, porque o debate presidencial na Band (9 de agosto) está marcado para acontecer antes do prazo final do TSE para registro de candidaturas (15 de agosto), data que o PT afirma reservar para anunciar oficialmente a candidatura de Lula.
O PT fará o possível para, registrando Lula com Haddad vice, ter na urna eletrônica a foto do ex-presidente condenado.
Coordenador do programa de governo do PT, Haddad teve papel de destaque no lançamento da pré-candidatura de Lula, realizado em 8 de junho em Contagem (MG), naturalmente sem a presença do ilustre hóspede de Curitiba.
Políticos são hábeis em sumir do mapa quando é interessante para eles, como aconteceu com José Serra, Aécio Neves e Paulo Bernardo. Haddad, ao contrário, deu nas últimas 48 horas pelo menos três entrevistas separadas: à Folha, ao Valor e à Reuters.
Finalmente, o PT não tem alternativa:
- Fernando Pimentel tentará a reeleição a governador e precisa do foro privilegiado;
- Jaques Wagner foi alvo de operação da Polícia Federal;
- o mandato da senadora Gleisi Hoffmann expira este ano e ela também não pode arriscar perder uma eleição por precisar do foro;
- Celso Amorim não tem o mesmo apelo ou cabos eleitorais de Haddad.
Ao se tornar assim o candidato do PT, Haddad repete o destino de Dilma. Lá por 2009 ela foi escolhida por Lula porque era o que tinha sobrado, depois de cardeais como Dirceu e Palocci se queimarem no próprio fogo.