O MOVIMENTO BRASIL CONSERVADOR (MBC) foi lançado em 1º de setembro no Rio. Por uma triste ironia do destino, no dia seguinte ao surgimento de um movimento político que busca conservar valores e riquezas tradicionais do Brasil ocorreu o incêndio no Museu Nacional.
O MBC parece buscar aquilo que Olavo de Carvalho sugere há muitos anos: a formação de um grupo de intelectuais de direita que, por sua vez, possam animar uma militância organizada em torno das mesmas pautas. A prioridade tem que ser, naturalmente, o aprendizado. A formação de um bom e exaustivo plano de estudos poderia capacitar os conservadores a, em alguns anos, participarem em e vencerem debates.
O próprio nome do MBC se parece com o do MBL, o que indica a vontade de adquirir relevância política. E eis que surge um obstáculo.
O MBC foi formado agora em 2018, ano de eleição. Como pude observar tanto em um grupo no WhatsApp quanto no evento no Rio, quase todos os seus membros são grandes entusiastas da candidatura de Jair Bolsonaro. Na prática, seus integrantes ou fãs têm até agora priorizado o apoio ao deputado (no WhatsApp) e a construção do próprio movimento (no Facebook). Ainda não tive notícia de um grupo de estudos, de um congresso ou revista para os intelectuais, etc. A presença do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no evento de lançamento confirma essa associação com a eleição vindoura.
Após a eleição, a relevância do MBC sofrerá seu maior teste. Se Bolsonaro vencer, o grupo vai se preocupar em formar uma base de apoio às pautas do Presidente? Se perder, integrará o bloco de oposição liderado por ele? Ou, em qualquer caso, vai se concentrar realmente em fomentar debates e formação intelectual? Saberemos a partir de novembro.