Nesta segunda-feira (29), em sua primeira entrevista ao Jornal Nacional como presidente eleito, o capitão reformado voltou a atacar a Folha: “Por si só, esse jornal se acabou”.
Ataques de Bolsonaro à Folha geram campanha virtual de defesa do jornal
A verba publicitária estatal não deve ser utilizada em acordo com os interesses políticos do presidente da República, mas em acordo com os interesses do povo brasileiro. Se a intenção é encontrar o eleitor onde ele estiver, é natural que o maior jornal do país receba uma gorda fatia do investimento.
O que Jair Bolsonaro quer fazer não é inédito. Lula e Dilma Rousseff manipulavam a verba para premiar aliados e punir desafetos. Mas é a primeira vez que movimento tão abjeto é encampado de forma tão explícita.
Não é errado interpretar a intenção de Bolsonaro como um ato de censura à Folha de S.Paulo, que faz por merecer tamanha atenção do Governo Federal. Foi-se o tempo em que o tolhimento da liberdade de imprensa se dava por meio de um órgão de Estado com função específica. Neste novo século, o poder não se furta a usar os caminhos mais inventivos para silenciar vozes incômodas. E o presidente eleito já demonstrou não ter escrúpulos que o impeçam de percorrer essas trilhas.