No governo Bolsonaro, a bancada religiosa quer dominar a Educação

Foto: Sspiehs3 / Pixabay

“É uma questão ideológica para nós”

Foto: Sspiehs3 / Pixabay

O deputado afirmou que o nome de Mozart “desagradou e muito”. “Para nós, o novo governo pode errar em qualquer ministério, menos no da Educação, que é uma questão ideológica para nós”, disse.

Escolha de Bolsonaro para Educação causa crise com bancada evangélica

O texto da Folha de S.Paulo está dúbio, pois Onyx Lorenzoni ainda é e pode continuar sendo deputado federal caso deixe a Casa Civil do governo Bolsonaro. Mas certamente as aspas pertencem a Sóstenes Cavalcanti, companheiro do DEM fluminense que levou os reclames dos evangélicos ao futuro ministro.

O Escola Sem Partido nasceu de uma demanda justa: sonega-se muito conhecimento ao estudante brasileiro. Logo, a pauta miraria uma ampliação da bibliografia a ser estudada. Mas a própria postura do movimento denota que o objetivo inicial se desfigurou, com as redes sociais do projeto pregando a perseguição e demissão de professores entendidos pelos próprios alunos como “de esquerda”.

O refugo – temporário? – na indicação de Mozart Neves Ramos somado à fala do porta-voz da bancada religiosa confirma que a base do bolsonarismo tem pleno interesse em dominar a sala de aula, o que soa paradoxal ao se considerar o nome do próprio Escola Sem Partido.

O prognóstico não é bom. Uma maioria de alunos e professores há de se unir contra uma minoria de alunos e pais que já se sente perseguida há algum tempo. Mas a minoria terá o Estado ao lado. Deste desenho não costumam sair cenas bonitas. E as fotografias podem justificar todo tipo de imprudência de ambos os lados.

O Ministério da Educação é a pasta com o clima mais incendiário. Faria um bem enorme ao próprio Bolsonaro escolher um nome moderado para lá. Fica a dúvida se o presidente eleito sabe cuidar de si mesmo.

Para o Início