É bom já ir se preparando para um governo que homenageará o golpe de 1964

O Presidente eleito Jair Bolsonaro, fala com a imprensa após reunião com os futuros comandantes das Forças Armadas, no Comando da Marinha, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente-eleito Jair Bolsonaro no Comando da Marinha, em Brasília: preparação para o 31 de março de 2019.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ricardo Vélez Rodrigues, o colombiano que foi escolhido por Jair Bolsonaro para comandar o Ministério da Educação, escreveu em seu blog um texto no qual diz que o dia 31 de março de 1964, que marca o golpe militar no Brasil, é “uma data para lembrar e comemorar”.

Novo ministro da Educação disse que golpe de 1964 deve ser comemorado

Infelizmente essa é uma realidade com a qual a opinião pública precisará aprender a lidar. No 31 de março de 2018, o vão do MASP foi tomado por uma manifestação em que os organizadores concluíam cada fala com “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos“. Mesmo durante a campanha, Jair Bolsonaro aproveitaria as passagens pela Rede Globo para enaltecer o editorial em que Roberto Marinho chamava de democracia o período que durou até meados dos anos 1980.

É pouco crível que o presidente-eleito, já com a faixa presidencial no ombro, abandone as homenagens que vinha se acostumando a fazer nos anos anteriores. Soaria um ato de traição à base que o elegeu para sete mandatos seguidos na Câmara Federal. Que o ministro da Educação seja da mesma laia, é triste, mas não surpreende.

Não que desrespeito do tipo seja inédito. Durante a passagem do PT pela Presidência da República, corriqueiramente guerrilheiros foram homenageados como se lutassem pela democracia, e não por uma ditadura de esquerda.

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