O TSE FINALMENTE fechou a conta. Quando 7 de outubro chegar, exatos 147.302.354 brasileiros estarão aptos a definir os rumos do Brasil. Com isso, é possível afirmar que, de acordo com pesquisa do Ideia Big Data, Jair Bolsonaro lidera a corrida presidencial com algo em torno de 28 milhões de votos. E, se os pesquisadores não erraram na conta, enfrentaria Marina Silva no segundo turno, preferida de 19,1 milhões de votantes.
Mas o Tribunal Superior Eleitoral adiantou outras características do eleitorado, como o gênero. Serão 77,3 milhões de eleitoras em contraponto à massa de 69,9 milhões de homens – uma robusta diferença de 7,4 milhões de votos. Para efeito de comparação, a distância entre Dilma Rousseff e Aécio Neves não superou as 3,5 milhões de divergências em 2014.
Ainda de acordo com o Ideia Big Data, é possível afirmar que o eleitorado de Bolsonaro, até o momento, é composto de 18,2 milhões de homens, mas apenas 9,3 milhões de mulheres, praticamente a metade. Enquanto Marina estaria na mira de 10,8 milhões de eleitoras, que dividirão a candidata com 7,7 milhões de eleitores.
O dado mais espantoso, contudo, vem da soma de indecisos com votos brancos e nulos. São 23,8 milhões de homens e 37,9 milhões de mulheres, uma diferença que supera 14 milhões de votos, o que converte a vantagem numérica feminina em masculina. Por ora, mais de 23 milhões de brasileiras prometem anular o voto.
Em outras palavras, é possível afirmar que as brasileiras têm poder suficiente para definirem o próximo Presidente. Se assim quiserem, decidirão se a eleição será vencida pela oposição ou governo, pela direita ou esquerda, ou ainda pelo centro, por vozes mais radicais ou moderadas, com um viés mais estatizante ou liberal, que combata a corrupção sem ressalvas, ou que veja na pauta algo a ser ofuscado por temas mais caros ao universo feminino.
Há poder. Resta a dúvida, entretanto, se o poder será exercido. Com 52,5% dos títulos eleitorais, a eleitoras respondem até o momento por 61,4% dos votos brancos, nulos e indecisos. Isso, claro, pode revelar mais cautela ou mesmo indignação com as cartas postas na mesa. Mas também pode significar desinteresse. E a punição ao desinteressado é ser vencido pelo interessado.
Numa democracia, não há nada mais inclusivo do que o voto. Mas é preciso votar.
