EM 2014, EXATAS 74.247.569 brasileiras estavam aptas a votar. Da parte dos homens, somente 68.103.087 eleitores tinham igual direito. A diferença de 6,1 milhões de votos é absoluta e relativamente robusta. Se lembra a população de uma cidade como o Rio de Janeiro, os 4,31% de margem superam os 3,28% que distanciaram Dilma Rousseff de Aécio Neves ao término do segundo turno.
Mas uma incômoda omissão política das mulheres consome grande parte dessa vantagem. Naquele outubro, um total de 38,8 milhões de eleitores abriram mão de escolher um dos candidatos. Pesquisa Datafolha realizada anos depois permite calcular que quase 55% desta massa era composta de mulheres, o que reduz a distância destacada a dois quintos – por volta de 2,4 milhões de votos.
Há tempos o governo brasileiro toma medidas para que as brasileiras tenham mais voz na política. As iniciativas vão de campanhas educativas a até mesmo uma generosa reserva via cotas para candidaturas e fundo eleitoral. Mas talvez falte incentivar as eleitoras a não abrirem mão de uma escolha, mesmo que as opções não sejam boas. Até porque, tantas vezes, a boa política se faz da escolha da alternativa que cause o menor estrago.
Afinal, se dependesse apenas das mulheres, o futuro do Brasil seria outro.