JAIR BOLSONARO FOI entrevistado pelo Roda Viva nesta segunda-feira (30) e recebeu, na maior parte parte do tempo, perguntas que está acostumado a responder desde quando frequentava os microfones do CQC: sobre ditadura, racismo, etc. Algumas questões foram ao mesmo tempo pertinentes e contundentes, como as sobre seus escassos resultados parlamentares e a simples mas correta “o que o senhor já fez pelo Rio de Janeiro?”. Mas no geral os jornalistas levantaram para Bolsonaro cortar.
Bolsonaro está no sétimo mandato como deputado federal. Recebe salário de R$ 33 000 por mês para participar de comissões, audiências públicas, etc., e claro – votar.
Acontece que o deputado tem se esquivado desse item na sua job description.
Faltou à votação do projeto de lei contra o Uber e outros aplicativos.
Faltou à votação do projeto de lei da terceirização.
Faltou neste mês à votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – que afetará diretamente o trabalho para o qual Bolsonaro se candidata.
Sobre a terceirização, Bolsonaro disse na época temer ser “massacrado” pela esquerda; sobre a LDO, afirmou que “quem votasse (mantendo a proibição a reajustes) ia ficar com essa marca na testa”. Ao menos em casa, a postura parece fazer escola.
Então fica a pergunta que o Roda Viva não fez:
“Candidato, para quem faz campanha dizendo não ter medo de polêmica, por que o senhor se absteve de votar em tantas questões polêmicas?”.