Queda de homicídios em SP chama atenção de Fórum Econômico Mundial

Na capital, queda de homicídios foi de 52 para 6,1 por 100 000 habitantes. Foto: Ian Porce/Pexels

Na capital, taxa de homicídios caiu de 52 para 6,1 por 100 000 habitantes

Ian Porce/Pexels

OS CRIMES VIOLENTOS EM SÃO PAULO diminuíram drasticamente em poucos anos. A taxa de homicídios na capital caiu de 52 por 100 000 habitantes em 1999 para 6,1 por 100 000 hoje. Ela é um quinto da média nacional. Os dados são do Instituto Igarapé e foram publicados em março no site do Fórum Econômico Mundial.

Publicado em junho, o Atlas da Violência 2018 traz números semelhantes para o Estado como um todo. SP registrou queda de homicídios da ordem de 46% entre 2006 e 2016. Foram 10,9 assassinatos por 100 000 habitantes, contra 30,3 no Brasil como um todo.

Existem debates sobre as razões dessa queda de homicídios. Pelo menos uma coisa é certa: é absurdo atribuir a queda na violência a qualquer fator nacional, como o Estatuto do Desarmamento. Não há como explicar uma lei federal tendo impacto em um único Estado, enquanto a violência continuou a crescer na maioria dos vizinhos.

Alguns fatos são simples de entender: São Paulo é o Estado que mais prende. Em junho de 2016, tinha 240 000 presos, um terço da população carcerária do Brasil. Não é uma taxa tão desproporcional quando lembramos que o Estado também abriga mais de 20% dos brasileiros.

As polícias paulistas passaram por reformas importantes desde meados dos anos 90, após a barbárie na Favela Naval, e as administrações no Bandeirantes investiram em inteligência e tecnologia. Em setembro de 2017, por exemplo, a Polícia Civil matou no Morumbi 10 suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de casas. Nenhum policial foi ferido.

A polícia paulista ainda mata muito? Infelizmente. Em 2015, foi responsável por um quarto das mortes no Estado, segundo o Instituto Igarapé. Mas a realidade das ruas também é de confronto aberto. Para citar um único exemplo e muito recente, uma quadrilha usando fuzis, roupas camufladas e capacetes atacou três agências bancárias em 19 de dezembro em Atibaia. Eram cerca de 30 criminosos usando pelo menos seis carros. Um policial morreu. Como lidar com esses grupos armados?

Se a violência em São Paulo ainda chama muita atenção, fato é de que ela diminuiu drasticamente nos últimos anos, enquanto na maior parte do Brasil continuou crescendo.

Quem sabe um dia o País ganhará a oportunidade de nacionalizar as políticas públicas de segurança adotadas em São Paulo.

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