O TSE ENUMERA quinze candidatos que disputam as duas vagas para o Senado pelo Rio de Janeiro, incluindo dois que buscam a reeleição. Chama atenção, contudo, o nome de Flávio Bolsonaro. Não só por ser filho do presidenciável de mesmo sobrenome, mas por, de acordo com pesquisa do instituto Paraná, liderar com confortável folga a corrida.
O eleitorado da família costuma não concordar com o jornalismo praticado por Lauro Jardim, mas o colunista de O Globo adiantou que a meta do provável futuro senador é disputar a prefeitura da capital em 2020. Em 2016, o filho de Jair Bolsonaro ficou na quarta colocação, mas apenas 130 000 votos atrás de uma vaga no segundo turno.
Se obtiver o sucesso esperado, os outros seis anos de mandato ficarão aos cuidados do primeiro suplente, Paulo Marinho. Um ano antes, o empresário era notícia por oferecer jantares – sim, no plural – a João Doria, membro do mesmo PSDB que, na disputa presidencial, é retratado por Bolsonaro pai como um inimigo a ser derrotado.
“Será a segunda vez em quatro meses que Doria vem ao Rio com esse fim sócio-político. O evento será na casa do empresário Paulo Marinho, no bairro do Jardim Botânico. Com os empresários Ricardo Amaral e o ex-diretor da TV Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, Marinho já havia oferecido a ele e a empresários cariocas um coquetel em julho, no exclusivo Gávea Golf Clube. Na ocasião, o prefeito fez seu habitual discurso colocando-se como “não político”, “anti-Lula” e gestor incansável. Também falou do que almeja para o futuro do Brasil – sem se dizer explicitamente candidato em 2018.”
Em relação ao evento anterior, notas publicadas na coluna de Lu Lacerda e de Ana Ramalho entregaram que o objetivo maior de parte do público era trabalhar uma candidatura presidencial para o tucano – que findaria não ocorrendo.
“Com um prefeito arredio a eventos sociais, os cariocas foram buscar, em São Paulo, o prefeito João Doria, homenageado com coquetel no Gávea Golf Club. O pretexto da noite organizada por Boni, Paulo Marinho e Ricardo Amaral foi estreitar os laços do paulista com os empresários do Rio – mas muitos estiveram lá para prestar apoio à tão falada, nos bastidores, pré-campanha de Doria à presidência.”
Para uma trupe que se vende como uma força contrária a “tudo o que está aí”, a aliança levanta um cheiro enorme de “mais do mesmo” – ainda que o próprio Jair tenha visitado estúdios da Rede Globo e aprontado uma confusão daquelas.