Recusa do governo Bolsonaro ao pacto migratório deve dificultar a “fuga” de brasileiros à Europa

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O Brasil tornou-se a nona nacionalidade mais rejeitada nos pontos de entrada da União Europeia

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Ernesto Araújo usou as redes sociais para dizer que o governo Bolsonaro tirará o Brasil do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, iniciativa da ONU que propõe 23 objetivos a serem atingidos como forma de amenizar os problema com imigração. Fontes da organização ouvidas pelo Estadão, contudo, afirmaram que a decisão do chanceler há de dificultar a migração de brasileiros à Europa.

Fontes na ONU consideram que o Pacto Global para Imigração, assinado na segunda-feira no Marrocos, poderia ser um instrumento para ajudar os imigrantes brasileiros no exterior e reforçar a cooperação entre o Brasil e os países de destino dessas pessoas.

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Faz sentido. O pacto migratório propõe uma cooperação mútua entre as nações signatárias de forma a controlar processos migratórios que seguem descontrolados. E é natural que, entre nações que dão as mãos, o trânsito seja facilitado. Como mais de 150 países o aclamaram, o Brasil ficará isolado num grupo minoritário que viu na iniciativa um ataque à própria soberania – ataque este negado pela ONU.

A situação já não vinha bem. Como destacou o jornal paulista, o Brasil tornou-se a “nona nacionalidade mais rejeitada nos pontos de entrada da União Europeia“. O total de brasileiros barrados, que caía desde 2008, voltou a crescer em 2017 por causa da recessão, e ganhou intensidade em 2018. Dos 93 mil estrangeiros barrados no continente, consideráveis 3,1 mil eram conterrâneos do país a ser presidido por Jair Bolsonaro.

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