‘Gap’ de gerações: governo Bolsonaro aposta em idosos; Anitta convoca eleitores jovens

Montagem sobre fotos de Clauber Cleber Caetano/PR e Divulgação/Anitta/Facebook

A ELEIÇÃO DE 2022, que já é polarizada, vai trazer uma divisão adicional: a disputa entre eleitores idosos e os mais jovens.

Como A Agência mostrou com exclusividade, a nova regra do INSS para prova de vida poderia dar uma ‘forcinha’ para a reeleição de Bolsonaro.

Cerca de um mês depois, o próprio Bolsonaro confirmou a ideia: “Hoje o idoso, se não quiser, por exemplo, fazer a prova de vida no final do ano, prova física, é só ir votar. Votou, já fez a prova de vida”.

Os dados do Datafolha de dezembro mostram que a vantagem de Lula é bem menor entre os idosos.

Quem não gosta de Bolsonaro recorre ao grupo oposto da pirâmide demográfica: está convocando os eleitores mais jovens.

O próprio TSE lançou a Semana do Jovem Eleitor 2022, campanha para incentivar jovens de 15 a 18 anos a tirarem o primeiro de eleitor e votar neste ano.

Segundo o tribunal, “[n]esta quarta-feira (16), os perfis da rede social Twitter (…) de diversos influenciadores digitais, de organizações da sociedade civil e de instituições públicas e privadas participaram de um tuitaço para conscientizar a juventude”.

“Várias celebridades também emprestaram o seu prestígio e o acesso aos seguidores para passar adiante a mensagem do alistamento eleitoral dos jovens”, acrescentou o TSE, “Entre elas, os atores Lázaro Ramos, Taís Araújo, Bruna Linzmeyer e Larissa Manoela, além da jornalista Miriam Leitão e do grupo de reggae Natiruts”.

Nesta quarta (23), Anitta, que já criticou o governo Bolsonaro publicamente várias vezes e bateu boca pelo Twitter com o ex-ministro Ricardo Salles, também incentivou jovens ao voto. Foi apoiada pelo ator americano Mark Ruffalo, o Hulk.

Em outubro, pesquisa do Ipec mostrou que 45% dos eleitores de 16 a 34 anos votariam em qualquer um em 2º turno contra Bolsonaro, e apenas 24% votariam em Bolsonaro independentemente do adversário.

A eleição 2022, assim, pode se parecer com o Brexit, quando também ocorreu um grande ‘gap’ de gerações: velhos votaram “Sair”, jovens votaram “Ficar”. A abstenção dos jovens foi fundamental para a vitória do Brexit.

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