Jair Bolsonaro prometeu “democratizar” a verba publicitária do Governo Federal. O que faz pouco sentido, já que o termo foi sacado por quem defende como democrático o período em que o Brasil tonou-se uma ditadura militar.
Como filtro, pretende minar os recursos do que entende ser uma imprensa “parcial”.
Nós vamos democratizar as verbas publicitárias. Nenhum órgão de imprensa terá direito a mais ou menos naquilo que nós, de maneira bastante racional, viremos a gastar com a nossa imprensa. Que nós queremos, sim, cada vez mais, que vocês sejam mais fortes e isentos, e não sejam, como alguns infelizmente, ou foram há pouco tempo ainda, parciais. A imprensa livre é a garantia da nossa democracia.
A fala foi compartilhada no Twitter por Carlos Bolsonaro, apelidado pelo próprio pai de “pitbull”, às 20h09 de 7 de janeiro de 2019. Menos de três horas depois, o vereador carioca usou o mesmo canal para proferir mais um de seus ataques ao que chama de “isentão”.
Há sempre o “isentão” que se elegeu usando Bolsonaro e se diz atualmente independente ou o que não foi candidato mas seguiu as bandeiras que jamais lhe interessou somente para ganhar algo. Independência é salutar mas cara de pau é algo que tem que ser desconstruído e revelado!
O termo é frequentemente sacado por Carlos não em referência a políticos que se aproximaram do presidente da República, mas contra profissionais da imprensa e influenciadores digitais que não oferecem ao bolsonarismo um apoio incondicional, permitindo-se críticas quando oportunas.
Em outras palavras, o “pitbull de Bolsonaro” usa as redes sociais para atacar justo a mídia imparcial que o pai alega defender. Restando a provocação destacada na manchete deste texto. Cuja resposta parece óbvia: não está em jogo a imparcialidade do trabalho da imprensa, mas o estrangulamento de um jornalismo que se arrisque a fiscalizar os arroubos autoritários de um grupo que – dissimuladamente ou não – tanto menospreza valores democrático – como a própria imprensa livre.