PRIMEIRO, CIRO GOMES tomou a iniciativa de chamar Fernando Holiday de “capitão do mato”. No que o próprio vereador de São Paulo se indignou com o impropério, o Ministério Público pediu uma investigação do caso por “injúria racial”. Em sabatina da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos, o candidato do PDT comentou o ocorrido dentro do estilo que já o inutilizou em duas corridas presidenciais:
“Agora um promotor aqui de São Paulo resolveu me processar por injúria racial. E pronto! Um filho da p*** desses faz isso e pronto!“
A fala, em si, já poderia ser tomada como ofensiva às mulheres, uma vez que gratuitamente mira a mãe do suposto promotor e por referência jocosa à chamada “profissão mais antiga da humanidade”. Mas, na verdade, tratava-se de uma promotora, o que a imprensa destacou como um justo agravante.
Entretanto, o ora pedetista foi adiante, e em tom de ameaça:
“Ele que cuide de gastar o restinho das atribuições dele porque, se eu for presidente, essa mamata vai acabar.“
No Twitter, Janaina Paschoal não deixou a truculência passar batido. E destacou que, em si, o xingamento era um componente menor da cena:
A fala do candidato Ciro Gomes, relativamente ao promotor de justiça que requisitou instauração de inquérito para investigá-lo, não assusta pelo xingamento. A fala assusta pelo aviso de que, se eleito presidente, se vingará. Uso de cargo público para questões pessoais? Triste!
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) July 18, 2018
É preocupante que um candidato com considerável risco de segundo turno de uma campanha presidencial posicione-se de forma tão insensata com o trabalho do Ministério Público. E com promessas tão assustadoras.