O governo Bolsonaro há de ter mais ministérios do que o prometido em campanha

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Nas redes sociais, a militância chegava a bradar que Jair Bolsonaro reduziria os ministérios a apenas uma dúzia. Oficialmente, a campanha falava em quinze. Mas a realidade se impôs e, mesmo na condição de “transitório”, o presidente eleito reconhece que a promessa não será cumprida. Em entrevista coletiva concedida um mês após a vitória nas urnas, admitiu que o número será maior. Mas estabeleceu vinte como um teto.

Não vai chegar a vinte não, tá? Vinte no máximo ali… (…) Porque a gente vai vendo, por uma governabilidade até, nós não podemos sobrecarregar demais uma pessoa num ministério, então refizemos alguma coisa e, no meu entender, [teremos] metade do que temos atualmente com toda a certeza.

Após prometer 15, Bolsonaro diz que número de ministérios não “chega a 20”

Cabe observar o desconhecimento de Bolsonaro sobre a estrutura do governo Temer. Desde o início, a gestão montou uma Esplanada com 29 ministros. O número variou em algumas breves crises, mas o emedebista há de concluir o mandato com a estrutura que se iniciou dois anos e meio antes. Se o militar reformado não errou na divisão, deve ter esquecido que o processo de impeachment permitiu ao Governo Federal reduzir em dez pastas a estrutura inaugurada pelo segundo mandato de Dilma.

De qualquer forma, o choque de realidade é bom sinal. Porque é preciso comemorar cada decisão moderada de alguém que se elegeu com discurso tão radical. Pelo bem do país.

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