Faltavam dois dias para a realização do primeiro turno quando, em 2018, Jair Bolsonaro insistiu que “enxugaria” o total de ministérios. Daquela vez, vinha com uma estimativa: prometia nomear um “máximo de quinze” ministros – deixando a esperança de o total ser ainda menor.
“Nós temos tudo para ganhar no primeiro turno e ganharíamos três semanas para montar um ministério enxuto, com no máximo 15 ministros, que possa representar os interesses da população, não de partidos.”
Bolsonaro promete que, se eleito, governo terá “no máximo” 15 ministérios
No início daquele outubro, exatos 29 ministros auxiliavam o então presidente Michel Temer, o que faria a redução se aproximar da metade. Mas, transmitido o cargo, o sucessor fechou a conta em 22 pastas, sete a mais do que o limite prometido, fazendo com que 50% da promessa morresse pelo caminho.
O presidenciável Bolsonaro nunca adiantava o desenho da Esplanada dos Ministérios que tinha em mente. Fica a dúvida se o mistério foi mantido porque o candidato já sabia que não o cumpriria, ou se porque não tinha noção da dificuldade que enfrentaria, o que denota um incômodo amadorismo.
