A manobra de Rodrigo Maia para virar Presidente

Rodrigo Maia articulou para ter um emprego especial em 2019 de qualquer forma. Foto: Marcos Corrêa/PR

RODRIGO MAIA (DEM-RJ) não será candidato a Presidente este ano (seu partido faz parte do Centrão que apoia Alckmin) mas tentou se garantir como primeiro sucessor de Michel Temer.

Isso rolou com uma mudança no texto da PEC 182/07, minirreforma política aprovada apenas pela Câmara em 2015, quando Eduardo Cunha ainda presidia. O relator da reforma (adivinhem quem) propôs mudar a data da posse do Presidente da República para 5 de janeiro, em lugar do 1º de janeiro usado desde a posse de FHC em 1995. Os novos governadores tomariam posse no dia 4, de forma a poderem comparecer à posse do Presidente em Brasília.

Para não esticar o mandato Dilma-Temer, o texto previa que, apenas nessa transição, o presidente da Câmara assumiria a Presidência entre o réveillon e o dia 5. O presidente da Câmara hoje e até 1º de fevereiro de 2019 é Rodrigo Maia – justamente o relator da minirreforma de 2015.

Ainda em 2015, porém, o Congresso voltou atrás e a posse ficou mesmo no tradicional 1º de janeiro. Em 2017, já como presidente da Câmara, Rodrigo Maia tentou de novo mudar a data da posse, mas a reforma eleitoral aprovada nesse ano não tocou nisso. O próximo Presidente vai mesmo vestir a faixa no “Dia Mundial da Ressaca”. Stare decisis et non quieta movere.

 

 

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