O PORTA-VOZ DA Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, se contradisse nesta segunda-feira (18) ao explicar a demissão de Gustavo Bebianno no briefing à imprensa.
À repórter Tânia Monteiro, do Estadão, Rêgo Barros disse, duas vezes:
“o motivo da exoneração do ministro Bebianno é de foro íntimo do nosso Presidente”.
Questionado depois por Delis Ortiz, da TV Globo, o porta-voz ofereceu outra resposta:
“O nosso Presidente demandou o tempo necessário para consecução da sua decisão em função de vários atores, de várias ações, e é natural que, pensando em nosso País, isso se faça de forma mais consensual e ao mesmo tempo mais maturada possível”.
Vamos ignorar o óbvio absurdo que um presidente da República não pode demitir ministro por questões de foro íntimo porque elas também não servem para contratá-lo.
Que espécie de motivo de foro íntimo se dá em função “de vários atores”? Qual decisão de foro íntimo se dá “pensando em nosso País”? E a mais difícil: como explicar uma decisão de foro íntimo que leva tempo para ser feita “de forma consensual”?
A gente achava que o Presidente tinha exposto boa parte de sua intimidade nas fotos que publicou do hospital. Pelo jeito, na verdade, intimidade é coisa que ele não tem.