EBC não publicou nada sobre renúncia de Jean Wyllys

O ex-deputado federal Jean Wyllys: renúncia fora dos canais oficiais do governo. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ex-deputado federal Jean Wyllys: renúncia fora dos canais oficiais do governo.

Foto: José Cruz/Agência Brasil

A REVISTA Época publicou na tarde de sexta-feira (25) que a direção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), pertencente ao governo federal, ordenou aos seus jornalistas que não publicassem nada sobre a renúncia de Jean Wyllys (PSOL-RJ), eleito para um terceiro mandato que começaria no mês que vem.

A renúncia foi uma das grandes notícias da quinta-feira (24). Foi comentada pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

O próprio presidente Bolsonaro vestiu a carapuça no episódio. Publicou naquela tarde, no Twitter: “Grande dia!”. O Globo então noticiou: “‘Grande dia’, escreve Bolsonaro após Jean Wyllys anunciar decisão de deixar o país“.

Ao que o Presidente respondeu: “Fake News! Referi-me à missão concluída, reuniões produtivas com Chefes de Estado, voltando ao país que amo, Bolsa batendo novo recorde na casa dos 97.000 e confiança no nosso país sendo restabelecida, isso faz de hoje um grande dia”.

Ocorre que O Globo usou o termo “após” e não “porque”. Enfim.

A repercussão da renúncia foi interrompida por causa do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, no dia seguinte.

A EBC alegou que fez uma escolha de concentrar sua cobertura jornalística “no acompanhamento da crise da Venezuela e nos desdobramentos da reunião do Fórum Econômico Mundial de Davos”.

O fato concreto é que uma busca pelo termo “jean wyllys” no site da EBC encontra 85 resultados, todos eles de 2018 ou antes.

Os veículos da EBC produzem reportagens, fotografias e vídeos que podem ser reproduzidos por jornais em todo o Brasil. Além de noticiar eventos oficiais, também produzem material jornalístico exclusivo, como recente entrevista com o Embaixador de Israel em Brasília.

Em dezembro de 2018, antes mesmo de o atual governo começar, um livro gratuito de história do Brasil, que continha uma crítica a Jair Bolsonaro, foi removido do site da Funag, ligada ao Itamaraty.

A Nova Era não tem espaço para ideologia.

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